Questões de História - ENEM PPL | Gabarito e resoluções

(ENEM PPL - 2023) TEXTO I TEXTO II Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Amricas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro (RJ), passou a integrar a lista do Patrimnio Mundial da Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco) em 1 de maro de 2017. O Brasil recebeu perto de quatro milhes de escravos durante os mais de trs sculos de durao do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, na regio porturia da cidade, passou aproximadamente um milho de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo. FRAZO, F. Disponvel em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 3 nov. 2021. Ao ser reconhecido como Patrimnio Mundial pela Unesco, o stio arqueolgico mencionado inscreve-se como

(ENEM PPL - 2023) Nas Antilhas, o jovem negro que, na escola, no para de repetir nossos pais, os gauleses, identifica-se com o explorador, com o civilizador, com o branco que traz a verdade aos selvagens, uma verdade toda branca. H identificao, isto , o jovem negro adota subjetivamente uma atitude de branco. Ele carrega o heri, que branco, com toda a sua agressividade a qual, nessa idade, assemelha-se estreitamente a uma ddiva: uma ddiva carregada de sadismo. FANON, F. Pele negra, mscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008. A reflexo do autor sobre o processo de socializao apresentado no texto expe qual elemento constituidor das relaes sociais?

(ENEM PPL - 2023) TEXTO I Aquarela do Brasil Brasil! Meu Brasil brasileiro Meu mulato inzoneiro Vou cantar-te nos meus versos O Brasil, samba que d Bamboleio, que faz gingar O Brasil, do meu amor Terra de Nosso Senhor Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim BARROSO, A. Rio de Janeiro: Odeon, 1939 (fragmento). TEXTO II Menestrel das Alagoas Quem esse que conhece Alagoas e Gerais E fala a lngua do povo Como ningum fala mais? Quem esse? De quem essa ira santa Essa sade civil Que tocando a ferida Redescobre o Brasil? Quem esse peregrino Que caminha sem parar Quem esse meu poeta Que ningum pode calar? NASCIMENTO, M.; BRANT, F. Milton Nascimento ao vivo. So Paulo: Barclay, 1983 (fragmento). Os trechos pertencem a canes que se tornaram emblemticas, respectivamente, dos seguintes fatos histricos:

(ENEM PPL - 2023) Na medida em que as pesquisas dos africanistas avanaram, muitos mitos caram por terra. Est mais do que provada a existncia de documentao e vestgios arqueolgicos dos mais variados, alm da importncia da oralidade na recuperao da memria dos reinos, das linhagens, dos fundadores das naes africanas. Com efeito, aquelas foram sociedades eminentemente orais, nas quais os dados histricos ocupam uma posio muito mais importante do que consideramos em nossa prpria cultura e sociedade. MACEDO, J. R. Antigas civilizaes africanas: historiografia e evidncias documentais. In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a histria da frica. Porto Alegre: UFRGS, 2008 (adaptado). Com vista ao conhecimento da histria das civilizaes africanas, o texto corrobora a importncia de

(ENEM PPL - 2023) TEXTO I Num apagamento histrico Me perguntam como eu cheguei aqui A verdade que eu sempre estive O lugar onde vivo me apaga e me incrimina Me cala e me torna invisvel GUAJAJARA, K. Territrio ancestral. In: Hapohu. S.l.: Sakkara, 2019 (fragmento). TEXTO II A historiografia ocidental estudou a colonizao da Amrica apenas do ponto de vista dos europeus, que deixaram testemunhos escritos presentes na documentao da poca, sobretudo nas crnicas de viagens. A viso baseada na oralidade, em lnguas desconhecidas pelo europeu, no foi incorporada sistematicamente ao estudo dos povos indgenas, considerados povos sem histria. SILVA, A. P. Memria oral e patrimnio indgena no Brasil nas crnicas do sculo XVI. Anpuh: XXV Simpsio Nacional de Histria Fortaleza, 2009 (adaptado). O Texto I aproxima-se do Texto II ao elaborar uma crtica produo historiogrfica ocidental em sua abordagem pautada em

(ENEM PPL - 2022) Na dcada de 1960, o governo Goulart tentara, de uma s vez, realizar um conjunto de ajustes polticos e sociais com a finalidade de incluir na Nao oficial, e na prpria Constituio Federal, uma srie de grupos que, em parte, a poltica e a histria haviam deixado para trs, e que a nova conjuntura brasileira e internacional fazia emergir. DAHS, N. O discurso da central hoje. Disponvel em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 29 out. 2015. Na conjuntura histrica abordada no texto, surgiu como protagonista no campo poltico o grupo social dos

(ENEM PPL - 2022) De Seattle a Porto Alegre, contramovimentos espontneos estariam emergindo pragmaticamente na esteira da nova onda de mercantilizao causada pela globalizao. Assim, somados, o aumento da feminilizao, as diferentes formas de flexibilizao e o aumento da informalidade verificados em escala global serviriam para aproximar objetivamente os interesses do proletariado do norte e sul globalizados, possibilitando uma retomada do processo de internacionalizao das prticas solidrias. BRAGA, R. A rebeldia do precariado: trabalho e neoliberalismo no sul global. So Paulo: Boitempo, 2017 (adaptado). A unificao da pauta dos movimentos sociais internacionais, descrita no texto, tem como principal objetivo:

(ENEM PPL - 2022) A histria conheceu dois grandes ttulos para governar os homens: um que se deve filiao humana ou divina, ou seja, a superioridade no nascimento; e outro que se deve organizao das atividades produtoras e reprodutoras da sociedade, ou seja, o poder da riqueza. As sociedades so habitualmente governadas por uma combinao desses dois ttulos. RANCIRE, J. O dio democracia. So Paulo: Boitempo, 2014. O texto evoca duas explicaes acerca da legitimidade do governo nas sociedades ocidentais. Na histria recente das democracias, o fenmeno que resulta da combinao mencionada aponta a presena de

(ENEM PPL - 2022) TEXTO I Acresce que o negcio aucareiro, alm de exigir capitais enormes, que excediam s possibilidades da gente comum, s admitia uns poucos trabalhadores especializados entre a classe de senhores e a massa escrava. A prpria rigidez da disciplina de trabalho no engenho devia torn-lo insuportvel para o trabalhador livre e, mais ainda, para gente afeita vida aventurosa e vadia dos vilarejos. TEXTO II As atividades pastoris, nas condies climticas dos sertes cobertos de pastos pobres e com extensas reas sujeitas a secas peridicas, conformaram no s a vida mas a prpria figura do homem e do gado. Um e outro diminuram de estatura, tornaram-se ossudos e secos de carnes. Assim associados, multiplicando-se juntos, o gado e os homens foram penetrando terra adentro, at ocupar, ao fim de trs sculos, quase todo o serto. RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formao e o sentido do Brasil. So Paulo: Cia. das Letras, 1995. O antroplogo Darcy Ribeiro, em sua anlise sobre a formao do povo brasileiro, enfatiza o papel condicionante exercido pela dicotomia entre

(ENEM PPL - 2022) O povo alimentava-se de peixe fresco, pegado diariamente pelos mltiplos e engenhosos processos recebidos dos indgenas, ou salgado, como o pirarucu, a tainha e o peixe-boi; de tartaruga, mais abundante medida que se caminhava para o oeste, ou porque assim estivesse distribuda originariamente, ou por se no ter adiantado tanto por aquelas bandas a obra de devastao. ABREU, C. Captulos de histria colonial. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009 (adaptado). De acordo com o texto, durante a ocupao da Amaznia no sculo XVIII, a dieta alimentar dos moradores de povoados dependia da

(ENEM PPL - 2022) A velha potncia de morte em que se simbolizava o poder soberano agora, cuidadosamente, recoberta pela administrao dos corpos. Aparecimento, tambm, nos terrenos das prticas polticas e observaes econmicas, dos problemas de natalidade, longevidade, sade pblica, habitao e migrao. FOUCAULT, M. Histria da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988 (adaptado). O texto aponta para a emergncia, a partir de meados do sculo XIX, de um novo tipo de gesto da sociedade ocidental, centrado na

(ENEM PPL - 2022) A capa do jornal A Vz da Raa, da dcada de 1930, apresenta que o objetivo da Frente Negra Brasileira era:

(ENEM PPL - 2022) O testemunho nunca um relato exato do que aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito est sempre procedendo a uma reelaborao pela qual memrias tidas como negativas podem, consciente ou inconscientemente, ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir em frente, preciso esquecer. VASCONCELOS, C. B. As anlises da memria: balano e possibilidades. Estudos Histricos, n. 43, jan.-jun. 2009 (adaptado). O texto ressalta um aspecto fundamental da produo de memria ao identific-la como

(ENEM PPL - 2022) So Nicolau, bispo de Mira, viveu no sculo IV e ficou conhecido como santo protetor das crianas. Na Idade Mdia, no dia 6 de dezembro, dia de So Nicolau, em Flandres, na Lorena e nos Pases Baixos, um menino com uma barba branca e fantasiado de bispo passeava carregando presentes para as crianas. O nome holands do santo, Sinter Klass, foi importado para a Amrica pelos imigrantes, transformando-se em Santa Claus. Papai Noel o que restou de So Nicolau, ou melhor, o que restava antes da transformao operada pela publicidade, que o representou de calas vermelhas, e no mais com a roupa longa de bispo. FRUGONI, C. Invenes da Idade Mdia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007 (adaptado). De acordo com o texto, na produo e circulao da tradio cultural e religiosa descrita, so mobilizados elementos de natureza

(ENEM PPL - 2022) Houve uma rede de televiso brasileira que conseguiu, com ousadia e exclusividade, uma entrevista com o presidente da Lbia, logo aps o bombardeio de sua casa pela aviao estadunidense, em 1986. Foi constrangedor para Kadafi e para os telespectadores ouvir as perguntas: O que o senhor sentiu quando percebeu o bombardeio? O que o senhor sentiu quando viu sua famlia ameaada? O que o senhor achou desse ato dos inimigos?. Nenhuma pergunta sobre o significado do atentado na poltica e na geopoltica do Oriente Prximo; nenhuma indagao que permitisse furar o bloqueio das informaes a que as agncias noticiosas estadunidenses submetem a Lbia. CHAU, M. Simulacro e poder: uma anlise da mdia. In: A ideologia da competncia. Belo Horizonte: Autntica, 2016. O argumento levantado no texto uma crtica ao papel da imprensa brasileira por